terça-feira, 31 de março de 2009

Efectivamente, não existem diferenças que subsistam por si só. Existem sim pessoas a quem a sociedade coloca barreiras, que fazem da diferença a força para as superar.
Potenciar a sua afirmação como pessoa produtiva, capaz de tomar as suas próprias decisões e de realizar as diversas acções da melhor forma possível, é um processo que necessita de incentivo. Contudo, só perdurará no tempo mediante a interacção com os outros. É nessa relação estreita com o próximo que o ser Humano, com ou sem Deficiência, é professor, aprendiz e aprendizagem num só momento.
Estas foram as minhas palavras iniciais e finais, respectivamente, do meu Relatório Final (equivalente à antiga tese, se preferirem). Embora este tenha sempre de ser um trabalho/estudo totalmente científico, parece-me (na minha humilde opinião) que deva sempre ter uma conotação pessoal. Para aqueles que me conhecem bem, sabem que foi nesse sentido que proferi estas e outras palavras.
Um certo dia, a melhor professora e Docente que conheço, dizia-nos enquanto nos dava aula ao ar livre, na relva: "O meu papel com vocês se cumpre (sim, porque é uma grande mulher brasileira) quando cada um de vocês mostrar a capacidade de se indignar."
Para quem está fora do contexto..
Indignação sentida perante o peso dos estigmas, preconceitos e etiquetas...
Indignação sentida perante a exclusção em detrimento da partilha (que vai para além da tão citada, mal citada, inclusão)...
Indignação perante a arquitectura perfeita em detrimento da acessibilidade...
Indignação com a falta de civismo, de compreensão, de sensibilidade diria.
Indignação perante a necessidade de segregação, de classificação, de atribuir designações que tapam o rosto da alma de tantas pessoas.
Acreditem, nesse momento senti-me honrada apenas porque à muito tempo me indignava.
Perdõem-me a graaaaaande ausência, e não me refiro ao blog em concreto. Julgo que quando começamos uma guerra, raras vezes esperamos que seja justa. Sobretudo quando combatemos em várias frentes e é-nos quase impossível vencer em todas. De qualquer modo, não é por isso que deixamos de ludibriar a espada com sangue, suor e vida. Pelo menos, para aqueles que o fazem por amor (por missão ou por indignação). Portanto, só quero que neste momento me desculpe quem puder e disponham de mim :P
De hoje em diante estarei por aqui a tratar da minha saúde mental, triturada durante 4/5 meses. Deixem-me o Mozart, Simply Red, Diana Krall, um puzzle de 2000 peças, gomas e bolos da mamã, escrever, dormir, respirar e outras coisas boas que não vou contar. Os livros, os conceitos, o word 2007 e os cartões das bibliotecas foram de férias por uns tempos. Pelo menos por uns bons dias.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Sorrir


Hoje, sou feliz porque sei sorrir

porque me multiplico em mil cores.

Sou feliz porque voo

E voar é tão longínquo quanto me permito.

Hoje, sou feliz porque multiplico sorrisos

Daqueles que todos adoram ter.

Ora encho,

Ora volto ao vazio para de novo encher.

É de energia que se multiplica o ser.

Hoje, sou feliz porque sei sorrir

Porque sei vê-lo de multiplas maneiras diferentes:

Na minha mão,

Na luz do Sol,

Na cor das gentes.

O voar é tão longínquo quanto me possibilito,

O sorrir é tão longínquo quanto me permito,

Ser feliz, das duas uma:

Ou é loucura ou é um mito.