sábado, 15 de agosto de 2009

Saber Ouvir

Há pessoas que se aproximam pela mais forte das diferenças, pessoas que se perdem pela mais simples das desavenças.
Há tantas outras que se juntam pela mais pequena casualidade e tantas mais as que se afastam, devido a uma perigosa compatibilidade.
Não me restam dúvidas: é nas alturas mais determinantes da nossa vida que reencontramos amigos verdadeiros e compreendemos a verdade de tantos amigos. O pelo menos deverá ser assim a quem o saiba intuir. Até lá, existirão muitos a julgar que tudo sabem sobre a amizade e depois de lá, muitos mais serão sem que dela algo saibam. Na vida de cada um de nós, os "momentos determinantes" terão significados distintos e saber isso não me ajuda a ter um padrão de amizade mais alargado. Permite-me antes discernir que um amigo não é aquele que se encontra sempre por perto,que sabe cada detalhe da nossa vida ou que constantemente nos dá o conselho de que o tempo cura tudo..
Na minha perspectiva, é aquele que sabe estar ausênte e sabe estar presente. Aquele que mesmo afastado, desleixado e desajeitado, conhece bem aqueles que para nós são os tais "momentos determinantes". Através disso, faz uso do seu "saber" para colaborar na libertação da nossa angústia interior ou alimentar a raiz da nossa felicidade.
Na sua essência, passa muito por saber ouvir. Não é por acaso (na minha opinião muito pessoal) que um excelente psicólogo não necessita de fazer perguntas aos seus pacientes. Porque saber ouvir, é quase o oposto de saber perguntar.
Boas férias