Há pessoas que se aproximam pela mais forte das diferenças, pessoas que se perdem pela mais simples das desavenças.
Há tantas outras que se juntam pela mais pequena casualidade e tantas mais as que se afastam, devido a uma perigosa compatibilidade.
Não me restam dúvidas: é nas alturas mais determinantes da nossa vida que reencontramos amigos verdadeiros e compreendemos a verdade de tantos amigos. O pelo menos deverá ser assim a quem o saiba intuir. Até lá, existirão muitos a julgar que tudo sabem sobre a amizade e depois de lá, muitos mais serão sem que dela algo saibam. Na vida de cada um de nós, os "momentos determinantes" terão significados distintos e saber isso não me ajuda a ter um padrão de amizade mais alargado. Permite-me antes discernir que um amigo não é aquele que se encontra sempre por perto,que sabe cada detalhe da nossa vida ou que constantemente nos dá o conselho de que o tempo cura tudo..
Na minha perspectiva, é aquele que sabe estar ausênte e sabe estar presente. Aquele que mesmo afastado, desleixado e desajeitado, conhece bem aqueles que para nós são os tais "momentos determinantes". Através disso, faz uso do seu "saber" para colaborar na libertação da nossa angústia interior ou alimentar a raiz da nossa felicidade.
Na sua essência, passa muito por saber ouvir. Não é por acaso (na minha opinião muito pessoal) que um excelente psicólogo não necessita de fazer perguntas aos seus pacientes. Porque saber ouvir, é quase o oposto de saber perguntar.
Boas férias