quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Nunca saber









Arde-me o queixume
Arde-me o perfume.




Soubesse o corpo dúbio e ágil
Saber que em ruelas de amizade frágil
Saberia ir, no momento exacto de chegar...
Soubera de antemão cruzar-se ao som das minhas nuvens
Sabendo, não acreditou ter sido eu a cuidar delas
Sabido que de si à muito eu sabia,
muito mais do que vi a arder,
Soube deixar-me ir sem nunca me ter visto chover.

Tempo sábio e intemporal
Aferi nos seus conselhos o seu saber tão desigual,
Nos olhos emaranhou-se o meu paladar
Em palavras tão amargas do seu salgar.
Arde-me o esperado.
Arde-me o previsto..
Afoga-me a desistência.
Afoga-me que saiba disto.
Sabe em seu caminho lançar pedras
Sabia dantes gostar delas,
Souberam novos rumos separar
Saberão velhos fascínios se encontrar.
Arde-me o desígnio.
Arde-me o fascínio.
Morde-me o ultraje
Morde-me quem não age.
Soube sempre ser ninguém
Saberá sempre ser alguém
Nunca sabendo afinal o que é que tem.
15 Jan 2009 - 1:40 a.m.(texto) e 5:40 p.m.(foto)

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